Elizabeth Holmes, a polêmica empresária do Vale do Silício, foi condenada nesta sexta-feira a 11 anos de prisão por um juiz da Califórnia, nos Estados Unidos.
Em janeiro passado, um júri a considerou culpada de três acusações de fraude e uma de conspiração para fraudar investidores com sua empresa Theranos.
A Theranos já foi avaliada em US$ 9 bilhões, com a falsa promessa de ter desenvolvido uma máquina inovadora que poderia realizar qualquer tipo de exame de sangue em questão de horas e com apenas algumas gotas de amostra.
Holmes, 38, apareceu em lágrimas no tribunal na sexta-feira , dizendo que sentia “dor profunda” por todos aqueles que foram enganados por seu empreendimento.
Sua condenação é vista como um teste de quão seriamente o sistema de justiça dos EUA leva a sério a fraude corporativa no setor de tecnologia.
Como começou o sonho da Theranos?
Em 2003, a estudante de engenharia química da Universidade de Stanford, Elizabeth Holmes, em associação com um de seus professores, Channing Robertson, fundou a “Real-Time Cures”.
Logo depois, a empresa mudou seu nome para “Theranos“, um jogo de palavras que combinava as palavras: terapia e diagnóstico na língua inglesa.
A Theranos, fundada por Holmes em 2003 quando ela tinha 19 anos, atraiu o interesse de investidores pelo grande potencial oferecido pelas máquinas de exames de sangue e tornou sua fundadora bilionária aos 31 anos.
A Theranos levantou US$ 945 milhões de uma lista impressionante de investidores, incluindo o magnata da mídia Rupert Murdoch, o fundador da Oracle, Larry Ellison, a família Walton do Walmart e a família bilionária da ex-secretária de Educação Betsy DeVos.
Em seu auge, a Theranos foi avaliada em US$ 9 bilhões, tornando Holmes uma bilionária no papel.
Vários setores, públicos e privados, perceberam sua inteligência e talento, ela chegou a ser comparada a figuras como Steve Jobs e Mark Zuckerberg, as mentes por trás da Apple e do Facebook.
Inicialmente, Holmes dirigia sua empresa do porão de uma casa, depois contratou mais de 500 pessoas e, em seu apogeu, “Theranos” era considerado um símbolo de progresso no campo da tecnologia e da saúde no Vale do Silício.
Tudo estava indo bem, mas Holmes pensou que poderia fazer o impossível. Ela iria inventar uma máquina capaz de realizar vários exames médicos consecutivamente com apenas uma gota de sangue.
Elizabeth Holmes não conseguiu atingir seu objetivo, mas se recusou a aceitar seu fracasso. Em 2014 as mentiras começaram, a empresária jurou aos sócios e à mídia que havia cumprido sua missão.
Holmes e Balwani contrataram outros laboratórios para análises médicas de seus clientes e depois apresentaram os resultados como se fossem seus. Agora 11 anos de prisão aguardam a empresária.