Anne Frank, autora do jornal mais famoso do mundo (5 perguntas)

Fernanda Campos
8 Minutos de Leitura
Anne Frank

O Diário de Anne Frank é um dos jornais mais famosos do mundo, escrito no período em que se escondeu dos nazistas junto com a sua família, durante a segunda guerra mundial.

O famoso diário da jovem foi escrito entre os dias 12 de junho de 1942, até 1 de agosto de 1944, enquanto ela permaneceu em confinamento junto com os seus familiares.

Por serem judeus, eles se escondiam dos nazistas nos fundos de um prédio de três andares, que ficou conhecido como anexo secreto.

Localizados na rua Prinsengracht, nº 263, em Amsterdã, na Holanda, o local foi o cenário das suas principais memórias.

Apesar disso, Anne Frank acabou no campo de concentração Bergen-Belsen e faleceu de tifo e inanição.

Para saber mais sobre Anne Frank e a sua história, veja cinco perguntas sobre ela e suas memórias.

1.Quantas versões existem de “O Diário de Anne Frank”?

Existem quatro versões conhecidas de “O Diário de Anne Frank”, havendo algumas diferenças básicas entre elas.

A primeira é conhecida como versão A é basicamente a escrita original da jovem, sem passar por nenhuma seleção de trechos ou cortes.

A versão B é a segunda, que foi revisada pela própria Anne. A revisão ocorreu depois que Gerrit Bolkestein, do governo holandês, anunciou que diários e cartas seriam transformados em documentos históricos após a guerra.

Então, Anne Frank reescreveu os seus relatos, trocando os nomes das pessoas. Dessa forma, a família Frank passou a ser chamada de Robin.

A terceira, ou versão C, foi editada pelo pai de Anne, Otto Frank, no ano de 1947. Ele omitiu vários detalhes que considerou desnecessários, como os relatos dela sobre sexualidade e os acessos de raiva da mãe dela, por exemplo.

A quarta e última versão é chamada de “D” e foi compilada e organizada por Mirjam Pressler, uma tradutora alemã.

Em 1995, essa edição de setecentas páginas estava pronta e, nela foram recolocados até mesmo os trechos retirados pelo pai.

2. Que horas ela escrevia em seu diário?

Não tinha exatamente uma regra para a escrita dos relatos e pensamentos da jovem, mas ela tinha uma predileção por escrever no período da tarde.

Esse era o horário escolhido porque as pessoas escondidas no anexo secreto dormiam um pouco.

Assim ficava mais fácil escrever, visto que o local tinha um pouco mais do que 120 metros quadrados e era dividido entre duas famílias.

Eram quatro membros da família Frank (Otto, Edith, Margot e Anne), mais três pessoas da família Pels (Hermann, Auguste e Peter) e o dentista Fritz Pfeffer.

Anne era uma escritora assídua, que amava colocar os seus relatos em papel. Não à toa ela gastou um diário inteiro e ainda precisou de mais dois cadernos e 324 folhas soltas.

Isso foi necessário para escrever e reescrever as suas memórias, onde ela relatava tudo o que fazia, desde o acordar às sete horas da manhã até a hora de dormir.

Após as 8:30 da manhã eles não podiam mais fazer barulho para não serem descobertos pelos funcionários do armazém.

A jovem aproveitava esse tempo de silêncio para estudar e ler, visto que nenhum dos moradores podia sair do local.

Tudo o que eles precisavam era levado por funcionários de confiança: Miep Gies, Johannes Kleiman, Victor Kugler e Bep Voskuijl.

3. Quem era Kitty, a pessoa a quem Anne dirigia a maior parte das mensagens de seu diário?

Uma das principais dúvidas sobre “O Diário de Anne Frank” diz respeito a quem seria Kitty, a quem Anne dirige a maior parte das mensagens do seu diário de memórias.

Algumas pessoas sugerem que seja uma amiga imaginária ou colega de turma, mas já se sabe que se trata de Kitty Francken.

Ela era uma das protagonistas de Joop ter Heul, uma série de cinco livros de literatura juvenil, do autor holandês Setske de Haan sob o pseudônimo de Cissy van Marxveldt.

Os primeiros quatro volumes foram publicados entre os anos de 1918 e 1925 e mostram um grupo de amigas desde os anos de fase escolar até chegarem à maturidade.

Antes do pronunciamento que dizia que cartas e diários seriam transformados em relatos, Anne nomeou os relatos para personagens como Conny, Marianne, Phien, Emmy, Jettje e Poppie, da mesma série.

4. Alguém alertou os nazistas onde ela estava escondida ou eles a encontraram por acaso?

A resposta para essa pergunta é um pouco duvidosa, pois até dezembro de 2016, acreditava-se que o anexo secreto teria sido denunciado por alguém.

Entretanto, o pesquisador Gertjan Broek realizou pesquisas sobre o local e então passou a defender a ideia de que eles podem realmente ter sido encontrado ao acaso.

Ao que parece, os nazistas que encontram os fugitivos em 4 de agosto de 1944, na realidade estavam investigando um problema em relação à cupons de alimentos.

Martin Brouwer e Pieter Baatzelaar haviam sido presos um pouco antes por comercializarem os cupons de maneira ilegal.

Apesar disso, jamais se descartou a hipótese de terem realmente denunciado o local.

5. Como foram os últimos dias de Anne Frank no campo de concentração de Bergen-Belsen?

Nanette Blitz Konig é uma das últimas pessoas que viram Anne Frank viva. Ambas foram alunas da mesma escola, o Liceu Judaico, em Amsterdã.

Muitos anos após o período escolar, Anne e Nanette estavam juntas novamente. Mas dessa vez se encontravam atrás das grades no campo de concentração de Bergen-Belsen.

De acordo com a descrição de Nanette, na última vez em que viu Anne, a jovem estava muito fraca e careca, realmente demasiadamente debilitada.

De acordo com os registros, Anne e sua irmã Margot morreram em 1945. A autora do diário tinha apenas 15 anos, enquanto que a sua irmã mais velha tinha 18.

Os corpos das duas foram depositados em valas comuns no próprio campo de concentração. Pouco tempo depois, em abril de 1945 o campo foi libertado pelos ingleses.

Conclusão

O Diário de Anne Frank é um dos livros mais famosos do mundo, considerado uma verdadeira joia quando se fala em historiografia sobre o holocausto e Segunda Guerra Mundial.

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Ao longo do caminho Fernanda Campos escreveu sobre saúde, moda, arte e cultura, e de uma forma ou de outra, sempre volta a esses lugares. Ela também é mestre em biotecnologia e trabalha há 3 anos como redatora.