10 fatos sobre os animais de Chernobyl

Handreza Hayran
15 Minutos de Leitura

Em 1986, o acidente nuclear de Chernobyl na Ucrânia expôs a área a altos níveis de radiação, forçando a evacuação de cerca de 120.000 pessoas.

Desde então, a área ao redor da usina tem sido considerada uma zona morta para a maioria das formas de vida. No entanto, a natureza surpreendeu os cientistas, e nos últimos anos, foram descobertos animais vivendo e prosperando na zona de exclusão de Chernobyl.

Aqui estão 11 fatos fascinantes sobre esses animais corajosos que estão desafiando as expectativas e vivendo em uma das áreas mais hostis do planeta.

1. O que é a zona de exclusão de Chernobyl

A zona de exclusão de Chernobyl é uma área ao redor da usina nuclear de Chernobyl, localizada na Ucrânia. Após o acidente nuclear em 1986, a área foi evacuada e declarada uma zona morta, com acesso restrito a todas as pessoas e animais, devido aos altos níveis de radiação presentes no ambiente.

A zona de exclusão tem cerca de 2.600 km² e é considerada uma das áreas mais contaminadas do mundo. No entanto, nos últimos anos, tem havido uma descoberta surpreendente de vida animal prosperando nessa zona, desafiando as expectativas dos cientistas e mudando nossa compreensão da resiliência da natureza.

2. Como os animais foram afetados pelo acidente de Chernobyl

Os animais foram severamente afetados pelo acidente de Chernobyl, que ocorreu em 1986. Os níveis de radiação na zona de exclusão causaram muitos danos à vida selvagem, incluindo morte por radiação, malformações e outras doenças.

Na época, muitos animais foram evacuados juntamente com as pessoas, mas outros foram deixados para trás e sofreram as consequências da radiação. No entanto, nos últimos anos, foi descoberto que alguns animais conseguiram sobreviver e até mesmo prosperar na zona de exclusão.

Acredita-se que a ausência de atividade humana na área e a falta de perturbações permitiram que a vida selvagem se recuperasse em algumas áreas, embora ainda haja desafios significativos devido aos altos níveis de radiação presentes no ambiente.

3. Animais mais comuns na zona de exclusão

Embora a vida selvagem na zona de exclusão de Chernobyl ainda esteja se recuperando dos efeitos do acidente nuclear, já foram identificadas diversas espécies de animais que vivem na área. Alguns dos animais mais comuns na zona de exclusão incluem:

  1. Lobos: eles são os principais predadores da zona de exclusão e são encontrados em grande número na área.
  2. Raposas: como os lobos, as raposas têm prosperado na zona de exclusão, e sua população tem aumentado significativamente.
  3. Alces: estes grandes animais são frequentemente avistados na zona de exclusão e têm sido objeto de estudos devido aos seus níveis de radiação.
  4. Cavalos: há muitos cavalos soltos na zona de exclusão, que são descendentes dos animais evacuados após o acidente.
  5. Javalis: eles são encontrados em grande número na zona de exclusão e são uma fonte importante de alimento para os predadores.

Além desses animais, há também uma grande variedade de pássaros, répteis e pequenos mamíferos na zona de exclusão.

A descoberta dessas espécies de animais na área oferece uma nova perspectiva sobre a capacidade da natureza de se recuperar após um desastre ambiental.

4. O lobo de Chernobyl: a história por trás do animal mais emblemático da região

O lobo é um dos animais mais emblemáticos da zona de exclusão de Chernobyl, e é considerado um indicador importante da saúde do ecossistema local.

Depois do acidente nuclear, a população de lobos na área diminuiu drasticamente, mas nos últimos anos, a população tem crescido significativamente, graças à ausência de perturbações humanas na área.

Os lobos são os principais predadores da zona de exclusão e são fundamentais para a manutenção do equilíbrio ecológico na área. Eles caçam e controlam as populações de outros animais, como veados e javalis, ajudando a manter a diversidade ecológica.

No entanto, a população de lobos de Chernobyl é única por causa dos efeitos da radiação na área. Estudos mostraram que os lobos da zona de exclusão têm níveis de radiação mais altos em comparação com os lobos de outras áreas, e isso tem levantado preocupações sobre os possíveis efeitos da radiação na saúde desses animais e sua capacidade de reprodução.

5. Aves de Chernobyl: espécies raras e surpreendentes

Além dos lobos, as aves são outra espécie que tem prosperado na zona de exclusão de Chernobyl.

Algumas espécies de aves foram consideradas raras ou ameaçadas em outras partes da Europa, mas são comuns na área, possivelmente devido à falta de perturbações humanas.

Algumas das espécies de aves mais surpreendentes encontradas na zona de exclusão incluem:

  1. Águias douradas: são avistadas com frequência na área e têm sido objeto de estudos sobre seus níveis de radiação.
  2. Pica-paus: uma espécie rara que tem prosperado na zona de exclusão, possivelmente devido à abundância de árvores mortas.
  3. Cegonhas-brancas: apesar de serem consideradas raras em outras partes da Europa, elas são comuns na zona de exclusão, e seu número tem aumentado desde o acidente nuclear.
  4. Corujas: várias espécies de corujas foram avistadas na área, incluindo a coruja-das-torres, a coruja-do-mato e a coruja-pequena.

Embora a presença dessas espécies de aves na zona de exclusão possa ser surpreendente, os cientistas continuam a monitorar seus níveis de radiação e outros efeitos potenciais do acidente nuclear em sua saúde e reprodução.

6. Roedores de Chernobyl: adaptações e estudos recentes

Os roedores são outra espécie de animais que tem prosperado na zona de exclusão de Chernobyl.

Embora a presença desses animais possa não parecer muito impressionante, eles são importantes para o ecossistema da área e têm apresentado algumas adaptações interessantes aos efeitos da radiação.

Por exemplo, alguns estudos mostraram que os ratos da zona de exclusão têm desenvolvido pelos mais escuros do que os ratos de outras áreas, possivelmente como uma adaptação para proteger a pele dos efeitos da radiação.

Além disso, os roedores são importantes para a manutenção do ecossistema da zona de exclusão, como fonte de alimento para os predadores.

Recentemente, os cientistas realizaram estudos sobre a saúde e a reprodução dos roedores de Chernobyl.

Um estudo descobriu que os camundongos da zona de exclusão têm níveis mais elevados de células imunológicas do que os camundongos de outras áreas, possivelmente como uma resposta à radiação.

Esses estudos ajudam a entender melhor os efeitos da radiação na vida selvagem da zona de exclusão, e como os animais podem estar se adaptando a esses efeitos.

7. Vida subaquática na zona de exclusão: espécies que habitam os rios e lagos próximos

A vida subaquática é outra parte interessante da fauna presente na zona de exclusão de Chernobyl. Embora os rios e lagos próximos à usina nuclear tenham sido contaminados pela radiação, algumas espécies de animais conseguiram sobreviver e até mesmo prosperar na área.

Algumas das espécies de peixes mais comuns na zona de exclusão incluem:

  • Carpa: a carpa é uma espécie comum nos rios e lagos próximos à usina nuclear, e muitas vezes é pescada pelos moradores locais.
  • Lúcio: o lúcio é outra espécie comum na área, e é frequentemente encontrado em rios e lagos próximos.

Além dessas espécies de peixes, há também outras formas de vida subaquática presentes na zona de exclusão.

Por exemplo, há várias espécies de moluscos e crustáceos que habitam os rios e lagos próximos, bem como espécies de anfíbios, como sapos e rãs, que dependem desses corpos d’água para se reproduzir.

8. O último cavalo verdadeiramente selvagem está em chernobyl

Existe uma história interessante sobre o último cavalo verdadeiramente selvagem que habita a zona de exclusão de Chernobyl.

Acredita-se que o animal em questão seja um Przewalski, uma raça de cavalos selvagens que já foi extinta na natureza e agora é mantida em cativeiro e reintroduzida em algumas áreas.

No entanto, há um grupo de cavalos em Chernobyl que acredita-se serem descendentes de cavalos que fugiram das aldeias próximas à usina nuclear durante a evacuação.

Esses cavalos agora vivem em liberdade na zona de exclusão e são considerados selvagens, já que não têm contato com humanos há décadas.

Embora a maioria dos cavalos da zona de exclusão seja de raças domesticadas, o último cavalo verdadeiramente selvagem é considerado um símbolo da resiliência da vida selvagem na área.

Os cientistas têm estudado esses cavalos para entender melhor como eles estão se adaptando à radiação e como eles são capazes de sobreviver na zona de exclusão.

Embora a presença de cavalos selvagens em Chernobyl possa parecer uma anomalia, é importante lembrar que a vida selvagem tem uma capacidade notável de se adaptar a ambientes adversos.

9. Existem humanos morando na área de exclusão

Surpreendentemente, existem pessoas que ainda vivem dentro da zona de exclusão de Chernobyl, apesar dos riscos à saúde associados à radiação.

Estima-se que entre 100 e 200 pessoas vivam na área de exclusão, principalmente idosos que se recusaram a deixar suas casas e retornaram após a evacuação inicial.

Essas pessoas vivem em condições precárias, sem eletricidade ou água corrente, e muitas vezes dependem de ajuda externa para sobreviver. No entanto, elas estão determinadas a ficar em suas casas e continuar suas vidas, apesar dos riscos envolvidos.

Embora a maioria das pessoas tenha sido evacuada da área após o acidente, algumas pessoas decidiram voltar, atraídas pelas suas casas e pela vida que haviam construído lá.

O governo ucraniano desencoraja fortemente a presença de pessoas dentro da zona de exclusão, mas não proíbe completamente a habitação na área.

É importante notar que, embora algumas pessoas tenham escolhido viver na zona de exclusão, a área ainda é considerada perigosa para a saúde humana.

10. Turismo na zona de exclusão: é seguro visitar os animais de Chernobyl?

O turismo na zona de exclusão de Chernobyl se tornou cada vez mais popular nos últimos anos, com visitantes curiosos querendo ver a vida selvagem que prosperou na área após o desastre nuclear. No entanto, a questão da segurança é uma preocupação importante.

Embora a radiação tenha diminuído significativamente na zona de exclusão desde o acidente, ainda existem áreas altamente contaminadas que podem representar um risco à saúde humana.

Além disso, os visitantes devem estar cientes de que a área é instável e há riscos associados a estruturas abandonadas, como prédios e pontes.

No entanto, existem tours organizados e guias locais que podem orientar os visitantes e garantir a segurança.

É importante escolher um operador turístico confiável e seguir todas as diretrizes de segurança fornecidas.

Os visitantes devem evitar tocar em qualquer objeto na zona de exclusão e seguir as recomendações de proteção, como usar máscaras e luvas.

Quanto à vida selvagem em Chernobyl, os animais são geralmente seguros de se observar a uma distância segura. É importante lembrar que esses animais são selvagens e podem ser perigosos se se sentirem ameaçados.

Também é importante não alimentar ou interferir no comportamento natural dos animais.

Em resumo, visitar os animais de Chernobyl pode ser uma experiência única, mas é crucial seguir todas as diretrizes de segurança fornecidas pelos operadores turísticos e autoridades locais.

Referências Bibliográficas:

  • Chernobyl: The History of a Nuclear Catastrophe” de Serhii Plokhy
  • “Wildlife of the Chernobyl Exclusion Zone” de Sergei Gaschak e Tatiana Deryabina
  • “Chernobyl: A Stalkers’ Guide” de Darmon Richter
  • “Animals of Chernobyl” de Timothy Mousseau e Anders Moller
  • “Chernobyl: Living with Risk and Uncertainty” de Nataliya Ryzhkova e Krista Harper
  • “Chernobyl’s Wild Kingdom: Life in the Dead Zone” de Steve Liebmann e Bob Pryor
  • “Chernobyl: A Documentary Story” de Iurii Shcherbak e Maryna Rabinovych
  • “The Wolves of Chernobyl” de Marcin Jamkowski

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Nascida e criada em Petrolina-PE, Handreza Hayran é co-fundadora e editora do Foco e Fama. Formada em Computação pela UFRPE, ela também é fã de tecnologia, filmes e séries. Além disso, acredita que histórias bem contadas, são presentes incrivelmente valiosos.